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Bibliotecários falam sobre a importância desse profissional no mundo digital

Publicado por: Reitoria / 11 de Março de 2022 às 12:44

A figura dele está presente em nossa vida escolar desde muito cedo. Aquele livro essencial para a prova, a lista para o resumo, a bibliografia a ser estudada. Ele sabe onde todos estão, e como estão organizados em cada estante ou prateleira na biblioteca. Neste sábado (12), é comemorado o dia do bibliotecário, cuja função vai mais além de zelar pelo acervo, mas também encontra, nos dias atuais, desafios frente à era digital.

O Instituto Federal de Mato Grosso conta, atualmente, com 24 bibliotecários e 21 auxiliares de biblioteca. São profissionais como os servidores Gilson Soares de Araújo, bibliotecário do Centro de Referência de Jaciara (CRJac), Jorge Nazareno, do campus Cuiabá - Octayde Jorge da Silva, Joseanne Marques Ferreira, do campus Pontes e Lacerda – Fronteira Oeste e o auxiliar de biblioteca do campus Confresa, Wallace Matheus da Silva. 

O profissional bibliotecário, na avaliação do servidor Gilson, tem evoluído no sentido de acompanhar a dinâmica proporcionada pelo uso de novas tecnologias, ao lidar com informação seja qual for seu suporte, devendo estar apto e atento à dinâmica do mundo digital. É grande sua importância no mundo digital, na qual buscadores (Google, Yahoo...) recuperam informações em questões de segundos, com uma gama imensurável de informação, mas nem sempre é possível ao usuário encontrar o que deseja.

“Neste sentido nosso papel torna-se ainda mais importante na era digital pois compete a nós localizar, recuperar, tratar e intercambiar a informação, e, em tempos de fake news, o refinamento de informações é uma ação necessária a todos que utilizam plataformas digitais em suas pesquisas”.

Ele acrescenta que o mundo digital há tempos é objeto de estudos em grupos de profissionais em biblioteconomia e que o uso dessas tecnologias é visto como agente potencializador no processo de disseminação da informação. “Ao profissional bibliotecário cabe agir de forma harmônica entre os suportes oferecidos (livros, revistas, e-books, repositórios, etc.), buscando sempre suprir a necessidade informacional de seu usuário, no nosso caso, alunos e professores”.

Desafios

Bibliotecário do IFMT desde 2004, Jorge Nazareno Martins Costa conta que, atualmente, o principal projeto em desenvolvimento no campus Cuiabá - Octayde Jorge da Silva é a reforma do espaço da biblioteca, para melhoria e qualidade no atendimento aos usuários, alunos, professores, técnicos Administrativos “e também a comunidade externa que queira estudar em nossas dependências”.

Para ele, o bibliotecário tem que sempre se reinventar no trabalho, na disciplina e nas tecnologias, “não esquecendo do juramento feito quando abraçamos esta carreira. Tudo fazer para preservar o cunho liberal e humanista da profissão, fundamentado na liberdade de investigação científica,” lembrou Jorge.

“Atuar com um público de diferentes níveis de ensino exige certa destreza aos profissionais, por isso a importância de estarmos capacitados, buscando diversificar na promoção de novos produtos e serviços a nossos usuários”, completa Gilson, referindo-se aos quase 300 alunos matriculados entre os Cursos Técnicos Integrado e Subsequente ao Ensino Médio, Licenciatura e uma Especialização.

"A profissão nos impõe alguns desafios que precisam, podem e devem ser superados. A sensação de mediar a informação ou mesmo entregar um produto e/ou serviço que facilite o percurso de nossos usuários, nos traz satisfação e nos revela a importância desse profissional para a sociedade," observou.

O auxiliar de biblioteca do campus Confresa, Wallace Matheus da Silva iniciou seu trabalho no campus em 2014, mas em 2010 já havia ingressado na instituição como estudante de Ensino Médio Integrado (EMI). Nesse período adquiriu experiência ao lidar com dificuldades no ambiente educacional e vem buscando se aprimorar a cada dia.

Wallace conta que no início se deparou com dificuldades advindas da infraestrutura física e operacional, e também no trato com os estudantes, para manter a ordem e propiciar um local adequado às atividades de estudo e aprendizado.  

“Apesar das adversidades, é gratificante auxiliar um aluno em alguma atividade de ensino, faz você se sentir parte do processo de formação. Já atendi e auxiliei alunos que hoje são profissionais exemplares. Nosso trabalho também é importante para manter a biblioteca um espaço acolhedor e relaxante para estudantes que, além de estudar, querem se deleitar com uma leitura corriqueira, diminuindo o estresse da vida escolar”.

Projetos de leitura e catalogação

Alguns trabalhos desenvolvidos no CRJac são, em 2017, a promoção a Livros Literários, com sugestões de livros de literatura aos usuários. Foram adquiridos cerca de 80 títulos literários, distribuídos entre a Sede e o Centro de Referência, aumentando o empréstimo desse material.

Em 2019, o projeto de extensão Gibiteca, envolveu discentes do Ensino Médio Técnico em Meio Ambiente, e consistiu em estilizar um corredor tornando-o um espaço aberto de leitura com Gibis e a estrutura como prateleiras e assentos, feitos com madeira de reuso (paletes). 

No início da pandemia, em 2020, a Comissão de Implantação do Sistema de Ficha Catalográfica do IFMT, que integrava os bibliotecários aqui do campus São Vicente, Gilson e Orlando, lançou o sistema de geração de ficha catalográfica para todos os cursos de grau Superior do IFMT, atendendo uma demanda antiga da instituição.

Paixão pelos livros 

Bibliotecária do Instituto Federal de Mato Grosso Campus Pontes e Lacerda-Fronteira Oeste desde 2015, Joseanne Marques Ferreira conta que a paixão pela então futura profissão e a imersão no mundo dos livros, vem de família e começou bem cedo. “Sempre gostei muito de bibliotecas e livros. Como minha mãe é bibliotecária comecei a acompanhar e ajudar nas suas atividades e, com o tempo, percebi que era o que eu queria fazer”.

Graduada em Biblioteconomia pela Universidade Federal de Mato Grosso – Campus Rondonópolis (hoje Universidade Federal de Rondonópolis), Joseanne explica que o bibliotecário tem como atribuições o tratamento das informações, tornando acessível em qualquer suporte informatizado, elaborar atividades que envolvam a execução de trabalhos de registro, classificação e catalogação de livros, periódicos e documentos, pesquisa, estudo bibliográfico de documentos e as informações técnicas importantes para a instituição.

Essas atribuições tornam o trabalho do bibliotecário essencial. “O profissional bibliotecário é de suma importância para uma instituição de ensino, pois ele é o responsável por planejar, organizar, supervisionar e executar todas essas tarefas pertinentes à função”.

E em uma era em que a tecnologia também avança com livros e acervos digitais, Joseanne considera que este momento pode ser visto como oportunidade. 

“Neste novo cenário nos deparamos com novos desafios e oportunidades. Com isso não poderíamos deixar de nos adaptar às novas tendências e necessidades da sociedade, reinventando nossos papéis ou simplesmente criando novos. O bibliotecário, como um arquiteto da informação, trata o conteúdo informacional e o organiza para que os usuários consigam acesso mais fácil”.

Data celebrada - O Dia do Bibliotecário foi instituído pelo Decreto nº 84.631, de 1980, que homenageia Manuel Bastos Tigre, considerado o primeiro bibliotecário concursado do Brasil. Nascido em 12 de março de 1882, Manuel Tigre foi aprovado em primeiro lugar no concurso para bibliotecário do Museu Nacional do Rio de Janeiro. Trabalhou por dois anos na Biblioteca Nacional, assumindo, em seguida, a direção da Biblioteca Central da Universidade do Brasil. Lá, trabalhou junto ao reitor da instituição, mesmo depois de aposentado. Engenheiro de formação, trocou a ocupação pela biblioteconomia após conhecer o bibliotecário Melvil Dewey, que instituiu o Sistema de Classificação Decimal. Em 1915, aos 33 anos de idade, Manuel Tigre assumiu de vez a nova profissão. *Com informações do Ministério da Educação

(Colaborou: Wheverton Correa - jornalista do Campus Pontes e Lacerda - Fronteira Oeste) 

 

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